quarta-feira, 9 de março de 2011

Composição e Segurança de um Reactor


   Para atear um lume e mantê-lo aceso, são necessárias três coisas. É preciso combustível, que pode ser lenha, carvão ou outro material que arda. É preciso uma fornalha, ou qualquer coisa semelhante que impeça o lume de se apagar e o proteja. Finalmente, é preciso um acendedor, que inicie a queima - um fósforo, por exemplo.
   Para obter calor através da divisão de núcleos atómicos, também são necessárias três coisas. É preciso um combustível nuclear, uma matéria que contenha núcleos atómicos que possam ser facilmente divididos. É preciso algo que desempenhe o papel de fornalha, ou seja, o reactor nuclear. E é preciso algo - um acendedor -  para iniciar o processo de divisão dos núcleos atómicos, a fonte de neutrões.
Ilustração de algumas das componentes de um reactor

   Dentro de um reactor nuclear podem-se encontrar, para além do combustível nuclear, os seguintes componentes:
  • Um reflector que envolve habitualmente o combustível nuclear, reduzindo a quantidade de neutrões que se escapam;
  • Várias barras de comando, constituídas por substâncias muito absorventes de neutrões (o boro, por exemplo) que absorvem o excesso de neutrões e podem mesmo parar a reacção totalmente, se for necessário;
  • Um fluido de refrigeração destinado a arrefecer o núcleo do reactor, para impedir que sobreaqueça;
  • Um escudo biológico que protege o exterior das radiações emitidas.
O reactor do ITN, que já fotografámos anteriormente
   Pode ainda existir dentro do reactor um moderador da energia dos neutrões misturado com o combustível, um material constituído por núcleos leves e pouco absorventes (hidrogénio, por exemplo), que reduz a energia dos neutrões e facilita a ocorrência de cisões.

   A segurança de um reactor não tem nada a ver com a sua explosão como se fosse uma bomba nuclear, porque isso é à partida impossível. O que está realmente em causa é a retenção das substâncias radioactivas produzidas durante o funcionamento do reactor. Numa central, um acidente nuclear pode ser definido como um acontecimento que reduz a integridade de uma ou mais das barreiras do reactor.
   Em condições normais, várias barreiras mantêm os produtos radioactivos no interior dos circuitos do reactor. Para que haja uma libertação, é preciso que estas barreiras sejam todas danificadas, e se este acontecimento improvável se verificar, existem várias medidas de segurança que entram em acção. As centrais nucleares modernas são assim muito seguras.

1 comentário:

  1. Parabéns pelo blog de vocês! Um abraço desde o Brasil. Envio o link da geradora do Japão no qual está tendo problemas para controlar os reatores após o terremoto! Abraços. http://www.tepco.co.jp/en/index-e.html

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