domingo, 21 de novembro de 2010

Visita ao Instituto Tecnológico e Nuclear

  No dia 11 de Novembro de 2010  realizámos uma visita ao Instituto Tecnológico e Nuclear em Sacavém. 
Mapa da localização: 

 


   O Instituto Tecnológico e Nuclear (ITN) é um laboratório do Estado que tem como atribuições
efectuar e promover a investigação científica e o desenvolvimento tecnológico, em especial no domínio das  ciências e técnicas nucleares, das aplicações pacíficas da energia nuclear, da protecção radiológica, radioactividade ambiente e segurança nuclear, bem como, nesse âmbito, desenvolver acções de formação graduada e pós-graduada e a actualização permanente de técnicos e ainda promover a divulgação da ciência nas suas áreas de especialidade.

  Se quiserem saber mais sobre o ITN, visitem o site deles: http://www.itn.pt/

   


  Fomos recebidos pela Dra. Ana Rita Ramos, que nos acompanhou ao longo da visita e nos conduziu a uma sala onde apresentámos o nosso projecto. Chegou entretanto uma turma do 10 º ano duma escola secundária perto do Porto e iniciámos então a visita em conjunto.
Dirigimo-nos à zona onde o reactor nuclear está a operar. 

 
 O reactor português começou a funcionar a 25 de Abril de 1961, quando se fez a primeira reacção nuclear controlada em Portugal.








  Passámos por uma porta metálica de um pavilhão, com um palmo de grossura, por cima da qual se lê, “reactor em operação”. Transpondo essa porta, esperámos numa pequena sala até outra porta igual se abrir e, depois de passarmos por um corredor, surgiu a piscina do reactor. Ergue-se nove metros acima do solo, no centro, sem qualquer janela para o exterior. No fundo da piscina, repousa o coração do reactor rodeado por 450 mil litros de água, que blindam a radiação.

  A partir deste momento a visita passou a ser conduzida pelo Prof. Doutor Nuno Barradas, que nos explicou: 


  • O que é um isótopo
  • A diferença entre o urânio-235 e o urânio-238: o urânio natural é quase só do isótopo (forma) 238, possuindo apenas 0,7 por cento de urânio-235, aquele que interessa para uma reacção em cadeia. Por isso, tem de se enriquecer o urânio natural com o isótopo 235.
  • Algumas aplicações da radioactividade ( indução de mutações em sementes de plantas, identificação de gases produzidos numa fábrica)
  • Como ocorre o processo de cisão/ fissão nuclear
  • Como funcionam os mecanismos do reactor




  A seguir subimos um piso e fomos para uma plataforma montada em cima do reactor donde espreitámos para o coração do mesmo
  Do topo da piscina, um conjunto de tubos cilíndricos desce até ao reactor:
São as barras de segurança, que, caso seja necessário parar a reacção em cadeia, entram pelo coração do reactor dentro e absorvem os neutrões que fazem falta para manter a reacção.



  A luz azul é o efeito resultante dessas partículas viajarem mais depressa do que a luz na água (a luz viaja a menos de 300 mil quilómetros por segundo na água, enquanto as partículas o fazem a essa velocidade).

  O sítio onde entram essas barras, visto de cima, parece uma grelha: são 12 paralelepípedos na vertical, a que se chama os “elementos de combustível”. Em cada um desses elementos, com 70 centímetros de altura, existem placas de alumínio e são elas que têm o urânio no centro. Alguns desses elementos têm 18 placas de alumínio, enquanto outros, aqueles onde descem as barras de segurança, possuem uma dezena.
Durante a reacção em cadeia, os átomos de urânio são atingidos por neutrões: o que produz uma cisão de que resultam outros elementos radioactivos, cuja posterior desintegração origina a emissão de electrões e positrões.
 

  Saímos a seguir da zona do reactor e, apenas nós os três fomos conduzidos ao gabinete do Prof. António Falcão onde referimos o objectivo do nosso trabalho para a área de projecto, e conversámos sobre diversos assuntos relativos à energia nuclear.
A propósito da fusão nuclear e se ela será possível em termos económicos,  a Dra. Ana Rita Ramos respondeu que dentro de 50 anos poderá ser possível ao que o Prof. retorquiu, rindo, que há 50 anos atrás já se dava esta estimativa. Visualizámos um vídeo e imagens sobre posições contra ou a favor da energia nuclear, que vos convidamos a ver.




  Foi cerca de 1 hora de discussão bastante interessante e informativa, ao fim da qual terminou a nossa visita. Deixamos os nossos agradecimentos aos três investigadores que nos receberam!

1 comentário: