1. Acha que é viável a criação de um programa nuclear em Portugal?
Portugal é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear. Isso significa que rejeitamos desenvolver qualquer utilização militar do nuclear e aceitamos o desenvolvimento da energia nuclear para fins pacíficos. Á partida, nada nos impede de desenvolver um programa de produção de energia eléctrica a partir do nuclear. Neste momento a aposta para a conquista da nossa independência energética é a eficiência energética, a utilização de fontes renováveis (eólica, solar, hídrica) e a microgeração. Não significa isto que, no futuro, caso os constrangimentos relativos à emissão de gases com efeito estufa se agravem, não tenhamos de encarar essa possibilidade.
2. Quais as principais dificuldades na possível implementação?
Algumas das dificuldades são, por exemplo, o elevado investimento em capital, a dificuldade na escolha de uma localização (teria de ser tecnicamente correcta e aceite pela população) e o destino a dar aos resíduos.
3. A existir um programa nuclear em Portugal, seria de cisão/fissão ou de fusão?
Por enquanto, qualquer programa de produção de energia eléctrica a partir do nuclear utilizaria necessariamente reactores de cisão.
A nível mundial temos, por exemplo, as instituições que integram o "Joint Research Center" da Comissão Europeia, como o "Institute for Energy" e o "Institute for TransUranium Elements", o Laboratório Nacional de OakRidge nos Estados Unidos e a Agência de Energia Atómica no Japão, entre muitos outros. Em Portugal temos, por exemplo, o Centro de Fusão Nuclear, no IST, ou o ITN.
Os principais investigadores são os que constituem as equipas que trabalham nestas instituições.
Estudar com o maior afinco possível por forma a entrar na escola mais exigente e não ter medo de sair de Portugal em busca dos grupos de investigação/ universidades de excelência.
Uma vez mais, agradecemos à Dr. Ana Rita Ramos por nos ter cedido o seu contacto e ter dedicado o seu tempo a responder às nossas perguntas. Muito Obrigado!!!